terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Natal (Artur da Távola)

NATAL É NASCER
Nascer é acordar a cada dia, sabendo que nisso está o milagre.
Nascer é perceber a vida sempre de um modo diferente.
Nascer é Revelar. Nascer é saber esperar.
É entender de rega, poda, criança e passarinho.
Nascer é ter os olhos bem abertos e, mesmo assim, prosseguir. É saber a hora do afago. É descobrir primeiro em si e só depois nos outros.
Nascer é abrir o coração e a inteligência para receber o que foi de humana tessitura feito. Em todas as dimensões e em suas contradições.
Nascer é meditar. Ir fundo nas regiões do próprio silêncio e sombra. Saber-se, sem medo. E canalizar o impulso para a criação e a colheita. É ser capaz de amar-se exatamente a partir do próprio conflito.
Nascer é não ter idade para a Revelação. É dizer erro, faço, aceito, minto, busco, possuo, vou, quero, hei, para um dia, entre suspiro de alívio e redenção, dizer: sou, creio. Nascer é continuar. Cada vez que a justiça se faz, algo nasceu.
Nascer é nascer, ora, e aqui estou, às vésperas do Natal,
em busca (busco) de uma mensagem sobre o Nascer,
símbolo de um Espírito que veio para salvar, na forma de Homem.
Concluo que não há palavras nem originalidade para expressar o simples e o Eterno. Porque o Eterno não é verbal.
Escolho, então, evocá-lo simplesmente.
E, assim, a Dimensão maior. A Totalidade. A Unidade Eis o Natal. Eis o Cristo.
Sempre novo, porque Permanente

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