sexta-feira, 7 de dezembro de 2007

CAMINHO (WEYDSON BARROS LEAL)

Ontem passei pela tua calçada
como quem passa pela vida.
O tempo seguia o seu antigo
cortejo – os seus números – e eu
seguia o caminho que a vida oferece
aos que não encontram a alegria.

Todos os anos passamos pelo dia
de nossa morte, como passa,
desavisada e cega, toda a gente
sobre toda calçada.

O futuro se dissolverá ante o mistério
como um calendário perdido não deixará nunca de passar.

Alcancem o céu os transeuntes daquela rua comum,
por neste dia, como em segredo,
pisarem o tempo, ainda, ainda, ainda.

Um comentário:

WBLog disse...

Obrigado bela menina, dona da sensibilidade mais bela que conheci em poesia. WBL